18/08/2010

O amanhã ninguém sabe...

Cada um tem seu tempo e a sua sorte, mas como não sabemos o amanhã, sofremos o hoje como se fosse eterno.

Tende-se a acreditar que o sofrimento nunca passa enquanto se sofre. Mesmo sabendo que passa, desacreditamos. E ficamos ali, chorando eternamente num tempo que, no fim das contas, é finito. Como seria bom saber o amanhã! Ver tudo de bom que está por vir, acreditar novamente no amor, nas pessoas. Voltar a sorrir na segurança que tudo passará e nos sentirmos felizes novamente. Mas não sabemos o amanhã.

A questão é que somos inseguros e pessimistas enquanto sofremos, por isso tudo se torna tão massivamente dolorido. Só depois nos damos conta do tempo que perdemos e do tanto que sofremos... Nunca à toa. Nunca nenhum sofrimento deve ser subestimado. Nunca nenhum sofrimento é eterno.

11/08/2010

Criança Esperança

A inspiração vem. A inspiração vai. Se eu dependesse dela para sobreviver estaria como estou hoje (...). O tempo de pegar papel, caneta, café para escrever o que eu pensei há pouco foi o suficiente para as ideias fugirem. Já não basta o celular, que carrego comigo como um filhote de canguru? Será que agora terei que andar com uma caneta na orelha e papel no... Deixa pra lá.

Eu não lembro se iria falar de contas a pagar, sei que não era de contas a receber. A receber nada tenho. E a pagar ninguém quer ler, ninguém quer ouvir, não é mesmo?

Domingo passado, caminhando com minha irmã, visualizei prédios enormes, esplêndidos, glamourosos. O curioso é que ficam a poucas quadras do humilde edifício onde moro. Cada carro importado que sequer faço ideia do nome ou da marca... Avistei um cujo nome é Subaru. Brinquei dizendo que era Suruba. Nesse momento vi um outro veículo com aquelas rodas imensas que mais parece um Big Foot e questionei: Qual o emprego que essas pessoas têm? Onde elas acertam para terem tantos bens? Ou onde erram?

Sabe, nesse período do ano só se fala em Criança Esperança. Eu não colaboro não por falta de um bom coração. Mas é que já me faltou cinco reais pra condução, quinze reais pra comprar o pão e o leite e quem sabe um mimo (diga-se sobremesa como um pãozinho doce) e já me faltou quarenta reais pra uma pizza, ou pra um frango assado, às vezes até pra mistura de uma semana inteira. E eu não entro na ideia da IURD onde dizem: "Dê o que tem no bolso que Deus lhe dará em dobro". Se fosse uma campanha da Rede Record seria "Doe, que sua conta será paga pela misericórdia divina". E dali uns dias você fica sem telefone. Que Deus pode dar em dobro eu acredito, mas se todos aqueles artistas que ganham milhares de reais, quiçá milhões com propagandas, contratos, jogadores de futebol e essas pessoas que moram nesses prédios e possuem os carros que mencionei no início doarem, pra que eu? Eles que colaborem. Isso porque nem mencionei políticos e traficantes.

Cada um que tenha demais que faça sua parte. Vergonha na cara, honestidade e ausência de mesquinhez é a solução.