14/09/2010

Respeito

É, estou aprendendo a viver. Ainda. Sempre. Mas um desejo que tenho de imediato é não permitir que assuntos alheios me atinjam, como a falta de sensibilidade, de honestidade, de coragem e até mesmo caráter de outras pessoas. Outro desejo é não me importar tanto com a tristeza alheia. Devo sentir, mas não posso me deixar atingir.
Eu tenho conceitos de lealdade e brio que nasceram comigo. É por eles que sofro. E aí onde o discernimento entra.
Não sou ninguém p'rá julgar. No entanto admiro, do fundo do coração, quem tem brio. Acredito que se pode deixar amar e desamar de uma hora p'rá outra (porque no fundo não era amor). Acredito que hoje sentimos e amanhã deixamos de sentir. Não comandamos nossos sentimentos. Mas comandamos o que DIZEMOS. É aí onde a lealdade entra.
Eu não digo a ninguém o que não sinto. Se algo muda em mim, eu falo. O que não posso fazer é permitir que meu sentimento mude ou se misture e a parte envolvida fique sem saber, se enganando e se iludindo, pela minha covardia. Isso dói. E o que mais me impressiona é testemunhar pessoas que passaram por isso fazerem o mesmo com o próximo, sabendo o quanto machuca e o quanto é difícil superar. É aí onde a dignidade e a coragem entram.

Não preciso falar sobre respeito, preciso?

09/09/2010

Depressão é paradoxal

Em dias difíceis o maior desafio é tentar manter as pessoas ao nosso lado. Sei que é uma missão complicada, pois eu mesma fujo de pessoas que agem como eu. Eu mesma fujo de mim.
Não importa o motivo que deixa uma pessoa deprimida. Quando é assim, tudo o que ela mais quer é atenção. Tudo o que ela mais quer é paz. Tudo o que ela mais quer é distância das pessoas. Sim, não é para entender. O deprimido não se entende. O deprimido muitas vezes quer algo e, quando consegue, perde a graça. Ele não sabe o que fazer p'rá melhorar. Ele não quer ouvir o que tem que ser feito p'rá melhorar. E mesmo que saiba, ele não consegue ter força p'rá fazer melhorar. Entendem? Não é para entender.
Só quem entende um deprimido é o outro... Que nem sempre, por mais que compreenda, consegue ajudar a carregar o fardo, a ouvir as tristezas. Ele entende, mas é mau p'rá si. Mas alguns conseguem ouvir e aconselhar, baseando-se nas experiências vividas e nas tentativas, com ou sem sucesso, de melhora. Quando posso, sou assim.
E aí vai o pedido: Não me pergunte se estou bem, pois não quero dizer que estou mal. Me deixe em paz, mas não me deixe só.