28/07/2011

O meu eu hoje

Eu tenho o costume de crer em promessas vãs.

Eu tenho o costume de crer rápido demais nas pessoas.

Eu tenho o costume de crer no “eu te amo” dito tão breve, quando ainda nem se teve tempo de permitir que o sentimento amadurecesse.

Eu creio demais nas pessoas e nos sentimentos delas. Mas as pessoas se enganam. E os sentimentos também. Porém eu tenho o costume de crer.
As pessoas antecipam palavras e frases que só fazem por iludir o outro. Pode ser de propósito. Pode ser por maldade. Pode ser por imaturidade.
Meu Deus, quanto tempo relutei pra dizer que amava! Eu só digo que amo quando tenho certeza. Só continuo a dizer quando tenho certeza. Essa frase não sai da minha boca e do meu coração de maneira vã.

De todas as canções que eu mais gostava fiz tema. E agora não posso sequer ouví-las.

Me entreguei de corpo e alma a alguém que não merecia sequer “meu lindo sorriso”. Entreguei meu coração, o que tenho de mais valioso em mim, e não consigo tê-lo de volta. O que tenho aqui é uma cópia ferida, marcada. Eu o quero de volta inteiro, como antes. Se possível, sem cicatrizes.

Eu mudei planos, adiei desejos pessoais e sonhos de consumo por alguém que me prometeu amor eterno, honestidade e sinceridade. Mas não me foi prometido coragem. E pra ser honesto e sincero, é preciso ter palavras a dizer, é preciso ter coragem. E esse alguém, por muitas vezes, não teve nada a me dizer quando o que eu mais precisava era de respostas concretas.

“Eu não sei”, “Eu estou confusa”, “Não sei o que dizer”. Essas não são respostas concretas. Nem abstratas, não existem. Não são respostas.

Quando cobrei algo passei por destemperada, descontrolada. Mas eu só queria respostas. Hoje quem disse tanto ter me amado, que queria casar comigo antes mesmo de me conhecer pessoalmente, tem outra pessoa. E eu, que tanto me esforcei pra estar ao lado, que tanto fui sincera, não tenho ninguém.

Você sabe que tudo isso é verdade.

“Eu sei que gente que tem coragem não finge que nada disso aconteceu”.

Rodolfo Abrantes/Rodox


http://letras.terra.com.br/rodox/48700/

21/07/2011

Intensidade

Eu sou intensa em tudo na minha vida: nas amizades, na família, no amor. Me entrego às pessoas que amo de uma maneira que chega a ser agressiva, no bom sentido. Faço tudo o que for possível por quem eu digo que amo. Há algum tempo tento modificar esse meu jeito de ser, procurando equilíbrio e serenidade. E procurando aprender a não esperar o retorno do meu esforço pra fazer as pessoas felizes.

Criei na mente um conceito de troca: eu te faço o bem e você me retorna com o bem. Troca boa, porque raramente pago com o mal quando me fazem mal. Eu simplesmente tento me desligar. Às vezes penso que pagar com o mal seria melhor, assim eu me livraria de toda raiva e mágoa, deixando meu coração limpo. Mas é impossível deixar o coração limpo com a mente cheia de culpa.

Preciso, urgentemente, parar de esperar o bem que faço aos outros. Porque aí não fiz o bem. Fiz algo pra ter retorno e isso se chama egoísmo. Será que, no fundo, sou egoísta? Faço o bem esperando o bem, logo esperando me dar bem?

Minha cabeça tá cheia de idéias confusas. Só não confundo meus sentimentos. Muita gente subestima o que senti e vivi há pouco tempo. Mas eu sei o que vivi e senti muito bem, tenho certeza. Eu fui longe, eu amei demais e não foi por inexperiência. Foi porque sou intensa. Eu não posso fazer nada se jogaram o meu amor no lixo e eu não pude recuperá-lo, limpá-lo e trazê-lo de volta pra mim.

Pessimista... Por herança

Às vezes prefiro me esconder no meu mundinho chamado “quarto”. É nele que afogo minhas angústias, minhas lágrimas, minhas agonias. É nele que me refugio pra me refugiar em Deus.

A vida não tem sido fácil comigo. Mas reconheço que tem vidas muito mais difíceis que a minha. Afinal, eu tenho o meu mundinho pra me isolar. Me lembro de outros tempos, onde eu dividia meu espaço com mais quatro pessoas e não tinha a minha privacidade pra chorar. Era ruim. Vai ver que é por isso que choro demais hoje.

Analisando minhas atitudes, onde tanta gente diz que eu reclamo demais, vejo que isso foi um presente mal ganho de dentro da minha própria casa. A formação familiar é importante, ela que nos molda e depois se torna complicado modificar aquilo que nos acompanha há anos e que de tanto tempo se transformou em parte da nossa personalidade. Mas aos poucos tento mudar isso. No meu tempo, que é longo.

Eu não tenho culpa por ser pessimista. Mas terei se nada fizer pra mudar.

06/07/2011

Mais um dia

Hoje é só mais um dia no calendário. Uma quarta-feira cinzenta, em dias cinzentos.

Tem muitas pessoas felizes no dia de hoje, comemorando promoções, a vitória do time favorito, a compra de um imóvel ou um carro... Algumas pessoas estão se casando hoje ou começaram a namorar e estão felizes.

Mas hoje também é dia de muita gente triste, pela perda de um ente querido, de um animal de estimação que se perdeu ou morreu, perdeu um grande amor ou nem sequer chegou a conquistá-lo. Separações ocorrem no dia de hoje. Hoje é um dia que marca a tristeza p'rá muitas pessoas.

Caminhando na praia me lembrei de quando meu pai me ensinou a andar de bicicleta. Já na fase sem rodinhas, ele me segurava pelo banco. E eu estava segura, feliz, pedalando. Quando olhei pra trás ele já não estava mais segurando, tava lá atrás, longe, longe... Na hora me bateu o medo e caí. Mas logo levantei e percebi que havia, de fato, aprendido a pedalar e segui orgulhosa.

As minhas melhores conquistas ocorreram na infância, sem dúvida. E sinto muita falta desse tempo, mas ele passa impiedosamente se não soubermos aproveitá-lo. P'rá mim mais um ano se foi. E eu sigo em frente, precisando entender que já posso caminhar sozinha e deveria ter orgulho disso. Mas de alguma forma eu não sinto nada.

Agradeço a Deus por todas as coisas boas que ele colocou na minha vida e as que virão; agradeço também a todas as coisas ruins, as dificuldades que tive que superar, as perdas que tenho que tolerar e peço forças pra segurar a onda em outras dificuldades que poderão surgir. E sei que Ele estará ao meu lado.

Mas hoje é só mais um dia no calendário.