13/03/2011

Sobra falta de consideração

Acho impressionante as atitudes de algumas pessoas que não enxergam nada além do prórpio umbigo, não olham pros lados, não se importam. Falta de tempo, novos amores ou paqueras, nada disso pode servir de desculpa para não procurar saber como está a pessoa que se diz considerar.

A gente se expõe de um modo explícito, as nossas dores, cansaço, tudo aquilo que incomoda. Falta dizer "Hey, tô me sentindo mal, tô de luto, alguém pode ter a consideração de perguntar o que tá acontecendo?".

Às vezes não chamo algumas pessoas no msn pois respeito status, ausente ou ocupado. Isso quando não sou bloqueada. Mas ainda assim é mais digno ser bloqueado do que ter uma mensagem de socorro e exposição lá e esse cidadão(ã) que está ocupado ou ausente não te dar a mínima importância.

Recentemente excluí contas de orkut, twitter e facebook. Imaginei que algumas pessoas sentiriam minha falta, procurariam saber através de um torpedo, pois essas têm meu celular, ou mesmo através de um e-mail. Mas não. O tamanho egoísmo com seus próprios dilemas e problemas, encantamentos, paixões e coisas afins se tornam mais importantes do que a simples ausência de uma pessoa.

Claro que alguns se importam e procuram saber. Ligam, enviam e-mail, chamam a gente no msn... Mas tem outros que eu esperava um pouco mais. É notório que não ando muito bem, tive perdas nesse tempo e a depressão tomou conta. Logicamente, não tenho sido a pessoa mais agradável pra conversar e entendo algumas fugas. Mas sou um ser humano.

O que mais me intriga é que somente aqueles que se preocupam comigo lerão esse texto. Pois esses outros sem consideração sequer se importam com o meu blog e meus desabafos.

11/03/2011

Provações

E ontem eu havia escrito uns desabafos e obtido algumas reflexões sobre a vida, demonstrando disposição pra mudar e melhorar. Mas hoje perdi um ser muito importante na minha vida: Kiko, 19 aninhos, meu papagaio lindo. A criatura mais doce, meiga e carinhosa, meu grande companheiro, que gritava meu nome quando sabia que eu estava pra chegar, voava no meu ombro quando eu abria a porta ao entrar em casa e passava o tempo todo perto de mim, eu estivesse vendo tv, ou no pc, ou no meu quarto ouvindo música... Assoviava canções lindas.

Perdi um grande amigo, que alguns dizem ser irracional, mas que sempre que eu me sentia triste ele ficava ao meu lado, me observando, como se lesse meus pensamentos. E me dava carinho. Ficava no meu ombro atravessando o meu peito só pra ganhar um beijo... ou vários. E o cheirinho dele, gostoso. Todo fofinho e macio.

Perdi mais uma parte de mim hoje por causa de um vírus súbito e quase inevitável. O pouco que me acalenta é saber que ele não sofreu por muito tempo. Entre passar mal e falecer foi coisa de duas horas. Mas mesmo assim ele não merecia sentir essa dor. Nem eu e minha família merecíamos essa perda agora. Tempos difíceis e como será que vou conviver sem ele?

Ainda sabendo que não resolveria, senti a necessidade de me despedir. Vê-lo estático, com os olhos entreabertos... Ver aqueles lindos olhinhos que eram tão brilhantes e de repente murchos e sem vida foi terrível. O segurei no colo pela última vez, como sempre foi, o meu bebê. Toquei nele, o beijei e o cheirei pela última vez. Como isso tá me doendo...

Sinceramente, não sei como vou superar isso. Não entendo por que Deus permitiu que ele se fosse agora, num momento tão difícil pra mim e pra minha família. Realmente, dessa vez, estou me sentindo morta.

10/03/2011

Reflexões e desabafos de 10 de março de 2011.

Eu sonhava em ter um amor de verdade. Quando tive, percebi e senti tudo aquilo que fazia parte da minha imaginação: aquela sensação gostosa de ansiedade, a reciprocidade maravilhosa de sentimentos, os momentos de carinho inesquecíveis. No entanto, tudo foi tomando um caminho no qual eu fui me desprendendo: o amor se tornou mais importante que eu mesma.

Naturalmente fui me abandonando, por livre e espontânea culpa e inexperiência. Não havia um pensamento, nada que fizesse com que eu tivesse os meus planos pessoais. Tudo era “nosso”. Assim, fui me deixando de lado. Passei a me desesperar com a saudade, com as preocupações com o outro, com os planos que eu havia traçado, mas não conseguia colocá-los em prática e logo, fazer os objetivos darem certo. E, logicamente, fui me deprimindo... Não demorou muito tempo e a minha falta de amor próprio foi meu grande algoz.

Estava caminhando rapidamente e estressada por uma rua que não passava há tempos. Foi quando encontrei um casal simpático, de meia idade, cuja senhora me abordou dizendo: “acabei de falar pra ele da sua delicadeza, da sua postura”. Logo eu, que estava apressada e havia pedido a ela licença, pois ela tinha parado numa banca de jornal bem à minha frente e eu somente agradeci assim que ela desviou. Eu disse que estava com hora para uma sessão de fisioterapia, mas que, pela simpatia e doçura deles, iria acompanhá-los devagar. E assim fomos conversando, eu recebendo elogios - sabe-se lá o porquê de tanto carinho - quando eles pararam em frente a um carro e ofereceram carona. Era caminho, então aceitei. Talvez eu nunca mais os veja novamente, mas o bem estar que eles me fizeram sentir nunca esquecerei.

No retorno fiquei repensando minha vida e nas coisas que eu precisava fazer para retomar meu caminho. É uma jornada complicada. Parece fácil, mas em se tratando de mim, não é. E caminhando pela linda praia de Santos fiquei admirando as coisas simples: as pessoas passeando com os cães, algumas se exercitando, outras admirando a natureza e tomando aquele leve sol de uma temperatura deliciosa de 26 graus. A brisa que balançava os lindos cabelos castanhos claros de um garotinho de cerca de dois aninhos... E pensei: “Eu, pouco tempo atrás, planejava largar esse lugar que amo por amor”. Como eu errei em pensar assim. Por algum motivo profissional ou familiar é compreensível, mas por amor, somente por ele, não. Tem que haver motivos mútuos.

Estou redirecionando minha vida, ainda perdida e decepcionada com atitudes minhas, por excesso de dedicação às pessoas e por descuidar de mim. Principalmente no campo profissional, o que me abala muito. Falta de oportunidade também, sem fazer “mea culpa”. É difícil se sentir um fracasso e estou assim. Mas é certo que vou me cuidar e jamais nenhum amor vai me tirar do lugar que eu tanto amo apenas por ele mesmo. E jamais, nenhum amor, vai me afastar de mim.

Meu pensamento continua o mesmo e sempre farei tudo por amor. Contanto que eu faça, simultaneamente, por mim mesma.