13/10/2011

Quem sou eu... II

Eu não consigo me definir. Se sou calma ou nervosa... Se brava ou covarde... Se de alma alegre ou triste... Se dura ou dócil... Sei que preciso ser menos do meu pior e mais do meu melhor. Só sei que preciso pensar um pouco mais antes de agir pra não ser tarde demais. E agora eu sei que já é tarde demais.

02/10/2011

Quando tudo acabará?

Um dia fui uma guerreira. Nada, nem ninguém podia me parar. Eu lutava com garra, com uma força que era além do que imaginava ter. E mesmo sem a dimensão dessa força eu não desistia, sempre seguindo firme e forte. Passei pelo inferno e disse “olá” e “adeus” ao diabo. Ele ficou pra trás, de queixo e tridente caídos com tamanho poder de uma adolescente de 16 p’rá 17 anos.

O tempo foi passando e parece que, de repente, o medo foi surgindo de acordo com ele. As dificuldades continuavam, retornei ao inferno e disse - já temerosa - “olá” ao diabo. Fiquei pouco tempo e chutei o traseiro dele, sem pensar. E mais uma vez ele ficou pra trás.

Comecei 2011 achando que o que eu tinha era pouco quando, na verdade, eu tinha tudo. Tinha além. E quando as perdas começaram me vi sem força alguma pra levantar. Perdi um amor, um companheiro, minha saúde, alguns amigos. Perdi minha avó. Eu sabia que poderia perdê-la, mas, na circunstância como ocorreu foi um golpe duro. Eu caí de vez, sem forças pra levantar. Voltei ao inferno. Apavorada, eu disse “olá” para o diabo...

Estou absolutamente perdida, sozinha, sem forças, perdendo sempre um pouco mais do pouco que já tenho e me perdendo aos poucos. Eu realmente não sei mais o que fazer, nem pra onde ir, não sei como lutar e nem como sair daqui. E não sei onde vou parar.

Gota D'água.

Já lhe dei meu corpo
Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia.

Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa

Por favor...
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa.
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água...

Já lhe dei meu corpo
Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia.

Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa

Por favor...
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa.
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água
Pode ser a gota d'água
Pode ser a gota d'água....

Chico Buarque de Holanda.

01/10/2011

Conceitos.

Nós vivemos num mundo onde o próprio umbigo vira o centro das atenções. As pessoas, no geral, não têm a capacidade de se colocar no lugar dos outros e tentar sentir na pele o que o outro pode sentir. É o mundo do "cada um por si". É o mundo do "o azar é seu". É o mundo do "o problema é seu". É o mundo do "e o que eu tenho a ver com isso?".

Eu tinha um conceito sobre o amor, onde muita gente discordava. Eu achava que ele era infinito enquanto durasse. Eu achava que o amor era imbatível. Eu achava que o amor poderia acabar. Mas hoje eu sei que ele não acaba. Fica ali, quieto, intocável até segunda ordem. Quando este é verdadeiro, claro. Porque abrir a boca e dizer "eu te amo" é fácil. Agora, quando a frase sai do coração é outra história. A questão é que tem pessoas que não sabem distinguir o que sai da boca, o que sai do sexo e o que sai do coração.

Eu tinha um conceito sobre amizade. Amizade eterna. Aquela onde você pode contar com a pessoa a todo momento, a qualquer hora do dia ou da noite. Amizade p'rá compartilhar momentos bons e ruins. Ruins também, por que não? Mas tem gente que não tá afim de ouvir a parte ruim. E realmente é chato. Porém, se for amigo, deve ouvir. Se tem algo a dizer, deve falar. Se não, fique calado. Mas ouça. Tira um grande peso de quem precisa dizer. Mas percebi que a amizade existe em vários níveis: coleguismo, companheirismo, interesse... Então sou obrigada a mudar conceitos e dizer que amizade verdadeira só saberei que é, de fato, quando o tempo passar. Eu sei com quem eu posso contar... E são poucos. Mas daqui há alguns anos saberei quem é meu amigo de verdade.

Tem pessoas que possuem alta capacidade de inversão. Elas agem, fazem aqui, fazem ali ou se omitem e quando você se cansa e toma uma atitude, o dedo de seta aponta p'rá você como o culpado. A isso eu chamo "covardia" ou, simplesmente, "egoísmo". Talvez incapacidade de assumir erros. Ninguém é perfeito. Mas eu, quando erro, assumo, admito e peço desculpas. Muitas vezes de nada adianta. Mas tem gente que não, a razão própria é a perfeita, a verdade própria é a perfeita... E pedir desculpas é ato de fraqueza. Ou incapacidade de admitir o seu erro.

Pessoas assim me perdem e a cada dia fico um tanto mais isolada. Mas antes só... Do que ter gente que não me compreende ou finge compreender estando ao meu lado. Disso eu não preciso.