Todo transtorno psicológico, mental, de humor, psiquiátrico é doença. E como doença, tem que ser tratado como tal, deve ser tratado. Porém, não é compreendido.
Mas quem o possui nem sempre tem a visão e clareza disso. Pior: tem o não querer tratar. No entanto, muitas vezes, o faz não por si, mas pelo outro: por quem ama, porque mais ama o outro do que a si. O mal do transtorno, muitas vezes, é a falta de amor próprio.
Ela leva o indivíduo a buracos inimagináveis, a lugares que você, que desconhece essas desgraças internas e pessoais, jamais poderá compreender. Como cantou o grande poeta:
"Nada existe pra mim, não tente: você não sabe, não entende".
Quando a pessoa afetada pela doença mental se envolve afetivamente com alguém e tem a coragem de expor essa fragilidade de coração aberto, ela sabe os riscos que corre: o preconceito, o medo de perder aquela pessoa, o medo do tempo que aquela pessoa terá de tolerância... mas se é amor, haverá.
Tem que haver.
Como cantou outr0 poeta: "E eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo quando começar a conhecer os meus segredos".
Eu nunca fingi nada, sempre fui franca e preto no branco o tempo todo. Sempre que precisou acontecer, eu perdi a minha paciência, eu explodi, eu estourei, eu nunca neguei a minha melhor essência e nunca escondi o pior de mim. Isso ninguém pode alegar que eu menti ou fingi. NINGUÉM.
Mas se em determinado momento, alguém te deixa sozinha em momento vulnerável porque já está sem paciência com você, e por pior que você tenha agido, saiba: É como te largar com a pressão alta; é como te largar com a diabetes alterada; é como te largar infartando. É um risco. Tem que ter muita fé em si e no transtornado de que nada acontecerá. É realmente um risco, tenha essa consciência. Num desses retornos, aquela pessoa que confiou em ti por te amar e ter medo de te perder lá no início de tudo, porque não é fácil confessar determinadas fragilidades, pode não estar mais ali. E a perda pode ser pra sempre.
Citações:
"Clarisse" - Legião Urbana
"Segredos" - Frejat