Quando eu tinha dez anos conheci uma mulher chamada C.
B., tinha trinta e poucos anos. Ela era legal, simpática e engraçada. Brincava
comigo, a gente ria, ela tinha uma filha com quase a mesma idade que eu e
estavam sempre na minha casa. A convivência foi aumentando ao longo dos meses,
anos e a amizade só aumentava. Ela tinha os defeitos dela, mas quem não tem
defeitos? Eu relevava, todos relevavam, porque ela era muito legal e sempre nos
apoiava nos momentos mais difíceis de nossas vidas... Comeu da nossa comida,
bebeu da nossa bebida, chorou nosso choro e nos consolou. Nós a ajudamos muito
também; ela apanhava do marido, complicado isso... Morou conosco diversas vezes
por conta disso. Eu a tinha como uma madrinha.
Porém, um dia ela foi embora. Com meu pai. E eu, minha mãe
e meus irmãos, embora já adultos nesse período, ficamos sós.
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Cuidem de suas casas, de suas famílias... A má intenção, por
si só, já é o suficiente pra ferir. Não é questão de confiança e sim, de
princípios e de cuidado. O lar é de quem mora nele: os demais tem seu tempo de
chegar e ir embora e isso não pode ser motivo de confusão numa família. Pra
tudo tem que haver um limite. Todos têm
suas próprias razões e eu tenho as minhas. Nunca deixarei de cuidar e preservar
o que é meu.
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